Não
se pode dizer que o Unix foi desenvolvido de uma hora pra outra. Mais
correto
encarar
que ele nasceu
de um software para outro. O
embrião começou a germinar em 1965. Um
grupo de desenvolvedores da AT&T
(Laboratórios
Bell),
da General
Electric
(GE) e do MIT (Massachussets
Institute of Technology)
começaram a trabalhar num sistema para várias pessoas poderem
acessar um mainframe.
A computação era assim: havia uns
poucos
grandes computadores
centrais.
Eles
eram compartilhados entre usuários ligados
a terminais que só tinham utilidade operando junto ao mainframe.
Um
processo conhecido por time
sharing.
Esse
grupo criou o Multics
que
chegou a ser
implementado, mas se desfez. A Bell
saiu em
1969;
no
ano seguinte a
GE foi vendida para a Honeywell,
que
seguiu operando. Depois
o sistema foi distribuído pela Bull.
No
Laboratório Bell,
Ken Thompson persistiu
simplificando o conceito original e reescreveu
o código. Chegou ao Unics.
Um
colega, Brian
Kernighan, sugeriu
que fosse, então, escrito “Unix”. Nesse período, ainda
no
Bell, outro grupo desenvolvia a linguagem C e
um dos desenvolvedores, Dennis Ritchie, com Ken
Thompson, reescreveram
o Unix
usando a linguagem C, em 1973.
Muita
água rolou e, em
síntese,
a AT&T começou a licenciar o Sistema Unix para os computadores
fabricados
pela Digital.
A
linha PDP saía com o sistema de fábrica.Belarmino eslarece:
- Foi
tanto o sucesso do PDP, e tão avassalador o avanço, que a Senhora
[AT&T],
vendo-se acuada, licenciou sua virgindade a algumas Universidades. De
cada Universidade saía
versões
adaptadas: Bekerley,
Stanford, universidades
no Canadá,
etc.
No Brasil, ditadura, a Digital aportou no início dos anos
1970. Seu presidente era Fred Waked ex-colega da Burroughs. A
Digital concentrou esforços para vender nas nascentes
empresas de processamento de dados estatais e em todos os
“Brás”.
Tinha
opções suas de sistema operacional proprietário, mas o
imbatívelUnix com o C estava proibido pela reserva de
mercado.
Para
Resumir,
o
professor
Linaldo Cavalcante
e
a
equipe
da
Universidade Federal da Paraíba,
pessoa de minha admiração, importou
dois
PDP-11 e deixou a Digital Brasil a chupar chuchu.
Mas
faltava o Unix
que só a Digital
vendia sob licença da AT&T. E
comprar como, se era proibido pelo governo, além de caro?
Em
1980 eles deram
um nó na cobra e trouxeram um professor
canadense
com uma cópia licenciada do
Unix
Original!
Enquanto
isso, em Pernambuco...
Cliente da Elógica usa um Brascom. Recife,1984. |
Resumindo:
Eu apoiei a reserva de mercado até 1988 quando, olhando a gang da
Elebra (Rio Grande do Sul), da SID (São Paulo, Mathias Machline), da Cobra (governo) e
da Edisa (Porto de Santos), descobri como tentaram sufocar e enganar
a todos numa luta inglória de criar chip próprio do AT. (Esse é
outro episódio a ser esclarecido em seguida).
Em
1988, depois do famigerado Plano
Cruzado, briguei
e desci a lenha com gosto de gás em
cima do grupo que mantinha a reserva.
Esculhambava
com tudo. Minha
grande amiga e incentivadora Cristina
Tavares, ficou muito ressentida comigo. Morreu
sem fazermos as pazes. Sinto muito.
Criamos
a máquina Corisco rodando um CP/M em máquinas com 256KB (o CP/M só
existia
para
64 KB) e
rodando
Mumps,
tínhamos o código fonte.
Saímos
da crise do Cruzado e crescemos violentamente, sem a benção da
Secretaria Especial de Informática (SEI, órgão que fiscalizava a
reserva de mercado).
Em
2002 criamos os servidores Corisco
e vendemos o maior Mainframe
do Nordeste. Mas, é outra história que termina em abril/2002, com
a venda da
Internet
Elógica.
História interessante!
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